Wednesday 30 May 2018

E uma última publicidade

http://www.shortstoryinenglishlisboa2018.com/

E um último poema, de Harryette Mullen

que vai estar entre nós nos dias de Poesia da Casa Fernando Pessoa, 14 e 15 de Junho

https://casafernandopessoa.pt/pt/cfp/noticias-publicacoes/lisbon-revisited-dias-de-poesia?eID=

Eis o poema:

https://www.poetryfoundation.org/poems/145281/we-are-not-responsible

Opening Statement a Favor da Liberdade de Expressão no Mundo da Arte


Nós acreditamos que qualquer obra de arte deve estar livre de limites éticos.
Ser Ético é estar em conformidade com padrões reconhecidos de comportamento social ou profissional. Esses padrões são definidos com base nos conceitos de correcto e errado por uma sociedade e definem as regras e valores morais da mesma. Logo, limites éticos são as regras que se devem seguir para não se desviar da moral imposta pela cultura que as criou e definiu.
Somos produtos e produtores da cultura, o que significa que somos influenciados pela cultura em que vivemos e influenciamos simultaneamente as pessoas à nossa volta. Qualquer cultura não é senão a assimilação e mistura de diferentes tradições entre as pessoas.
Apesar dos limites éticos, a arte é uma forma de expressão e, como tal, qualquer regra sobre a  sua criação e distribuição deve respeitar o artigo nº. 19 da Declaração de Direitos Humanos que declara que “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.”
Se começarmos a impor limites às criações do artista, estaremos a reduzir a sua capacidade de expressão e, portanto, a limitar a representação do mundo real, porque o mundo é feito de pessoas diferentes, com opiniões e perspectivas diferentes. Ao proibir certas pessoas de expressarem os seus pensamentos e comentários sobre um tópico, limitamos as diferentes opiniões e perspectivas sobre assuntos que provavelmente devem ser discutidos.
Além disso, determinar a cultura como um tipo de propriedade que têm dono é bastante problemático e, muitas vezes, diversas vozes são silenciadas. No entanto, os artistas são ousados nas suas criações, agindo para além do medo de ofender os “donos” de uma cultura. Tentar compreender o caminho de outras subjectividades, outras experiências, é um acto de urgência ética.
Se os artistas forem impedidos de criar personagens com atributos que não “possuíssem” (etnia, sexo, orientação sexual, crenças religiosas, entre outros), obras de arte fictícias e imaginativas seriam impossíveis. Trespassar dentro do “outro” é uma fundação do trabalho dos artistas. Devem estes restringir-se para evitar ofender aqueles que se identificam com o que é retratado na sua arte? A imposição de abstenção da “apropriação cultural” parece uma tentativa de censura, ou, na melhor das hipóteses, um aviso para a autocensura, uma violação da liberdade criativa em que um grande número de pessoas diz acreditar.
Existe também outro lado sobre esta questão, o artista não deve ser obrigado a reprimir o seu lado imaginativo, que se estende além da realidade. A arte não tem que representar a realidade porque a criação e a imaginação são dons da humanidade, proibí-los é ir contra o nosso próprio legado.
Em conclusão, a arte prova que a humanidade pode criar a partir do que existe e do que não existe. É a imaginação humana que nos dá empatia e nos faz agir e inventar em nome de outros. E os artistas e a sua arte não podem fazer isso se forem constrangidos por limites éticos.

Por: Mariana Mendonça
        Mariana Freire
        Rafael Galrão

David Gewanter, English I (In the Belly, 1997)

English I
FIRST, We tied to each other
NEXT, Coconuts for the swimming
THEN, The Boat-Soldiers shoot
MEANWHILE, Many dying
AND THEN, We swam with dead People
LATER, We eat on the land
FINALLY, We left our dead Friends.

What grade does this exercise deserve?
Homework folded like a handkerchief,
a little book of tears, burns, escape--

And still I mark the blasphemies
of punctuation, common speech;
the English tune will help them live.

Rickety Hmong boy, flirting simply
with the loud girl from Managua--
I taught him how to ask her out,

taught her how to say no, nicely;
my accent and suburban decorums
are tidy and authoritative as

the checks I make for right answers,
the rosy golf-clubs on the page.
By next year they'll talk their way

out of trouble instead of smiling
as they do hearing me drone Silent Night --
They join in, shy and hypnotized,



Saigon chemist, cowed Haitian, miming
the words I once told my music teacher
that Jews shouldn't sing: "Holy Infant."

Monday 28 May 2018

Carolyn Forché - last call for post comments!


1. Escolha e analisa o(s) passo(s) de "The Boatman" que mais o/a impressionarem.

2. Procure outro(s) poema(s) da autora. Partilhe e comente!

Saturday 19 May 2018

The Semplica Girl Diaries II

Uma das características mais marcantes neste conto é o estilo do autor. Uma das coisas que mais nos salta à vista (e chega até a incomodar) é o estilo em que escreve a personagem principal. A omissão de determinadas palavras e o estranho discurso, são uma característica marcante e relevante da personagem do pai. Porque escolheu o autor caracterizá-lo desta forma? Como é o discurso desta personagem relevante para a história?

Este conto é rico em críticas e comparações à sociedade de hoje em dia. Qual achas ser a mais importante, ou mais relevante na actualidade? Temos por exemplo a comparação ao materialismo, a necessidade de ter mais e mostrar abundância de bens e dinheiro (mesmo tendo na verdade, falta deste); há também uma comparação entre as Semplica Girls e as vítimas de tráfico humano.


Ana Beatriz Pinto

"The Semplica-Girl Diaries"

Após a leitura das entradas do diário deste pai de uma família, tipicamente americano de classe média, certos elementos sugerem que o tempo e espaço da narrativa está adiantado ou paralelo ao contemporâneo. No dia seis de Setembro as “Semplica girls” são introduzidas pela primeira vez no contexto da visita à casa dos Torrini. A partir deste momento a referência a estas figuras misteriosas torna-se frequente, deixando o leitor, assim, num progressivo desconforto. 



As raparigas Semplica representam, então, uma crítica, por parte do autor, ao carácter opressor e autoritário que constitui o sistema económico e governamental dos Estados Unidos. Numa entrevista à revista New Yorker Saunders diz “If the only thing the story did was say, ‘Hey, it’s really wrong to hang up living women in your backyards, you capitalist-pig oppressors,’ that wasn’t going to be enough. We kind of know that already. It had to be about that plus something else.”.
A que mais se refere?



Tendo em conta a protagonização do narrador e a sua linguagem informal de abertura ao leitor pode-se justificar a pouca importância dada à existência das raparigas Semplica (que dão o título à short story). A abordagem casual e informal de Sauders do assunto trará mais destaque à crítica implícita nestas figuras?

Wednesday 16 May 2018

Revisão de Pares de Rascunhos de Ensaios Finais

No dia 23 de Maio há uma importante parte presencial da escrita do ensaio final, que consiste na colaboração com os pares para a melhoria da estruturação e redação do ensaio.

Essa atividade terá, conjuntamente com a apreciação do decurso do trabalho a partir do plano já entregue, uma ponderação de sensivelmente 10% da nota final (em que o trabalho vale 25%). Reforço o "sensivelmente" porque a informação será em grande parte quantitativa, embora existam as seguintes guias, de uma escala de 0 a 20, para "traduzir" tal informação:

Plano: 8 pontos
Trazer 2 cópias de pelo menos 3 páginas de ensaio (datilografadas a 2 espaços, Times New Roman 12) para a aula de 23 de Maio: 6 pontos
Feedback ao colegas e discussão de cada ensaio: 3 pontos
Redação de resposta ao feedback (conforme ficha no moodle): 3 pontos

No moodle da disciplina, está uma ficha para a realização do trabalho de revisão de pares. Iremos fazer uma experiência a fingir, na aula de Segunda-feira com um texto que eu traduzi, em parte, de um blogue educativo em inglês, relativo a "Semplica Girl Diaries". Vai em baixo. Se quiserem, podem começar já a praticar nos comentários.


Exemplo para  prática de revisão de pares

Hipótese Geral: a narrativa de primeira pessoa e como esta condiciona a o alinhamento ideológico do leitor (equacionar falta de fidedignidade com relativismo pós-modernista e contemporâneo)

(Escolhas possíveis: “Recitatif” de Toni Morrison, “The Semplica Girl Diaries” de George Saunders e, por contraponto, Citizen, de Claudia Rankine)

Parágrafos sobre “The Semplia Girl Diaries”:

O conto “The Semplica-Girl Diaries” de George Saunders apresenta um narrador homodiegético. Não se trata, porém, da perspetiva de primeira pessoa do contador de histórias que relembra acontecimentos, como em “Recitatif” e Toni Morrison, mas antes de uma narração que se estrutura segundo um estilo de escrita epistolar. Por outras palavras, o autor divide a escrita em entradas, as quais ora fornecem uma noção panorâmica do que se está a passar ora se debruçam mais atentamente sobre um evento específico, que, com o tempo, vai ter impacto na intriga.

Tratando-se de uma história em forma de diário, o leitor tem acesso à mente do protagonista. Acompanhamos a sua atitude em relação aos acontecimentos do seu dia-a-dia.

Pessoalmente, parece-me que esta utilização da voz provoca de início alguma falta de empatia no público, seguida de indignação e depois de uma certa compreensão sobre o conflito interior inerente ao problema da escravatura / comércio de pessoas emigrantes. A resposta de choque do leitor é instigada pelo confronto com a voz rebelde da filha mais nova, Eva. A sua visão é a da infância e da pureza.

Curiosamente, é através de Eva que conseguimos pressentir que a semente de rebeldia e luta pela dignidade se encontra também no seu próprio pai, e o leitor vem a descobrir que a sua construção ideológica através da empatia se constrói também de modo relacional.

Monday 14 May 2018

"Citizen" - How to Become a successful Black artist



The excerpt I have chosen to read on Wednesday is the one about Hennessey Youngman (p.23-24), the online persona on Youtube invented and performed by black artist Jayson Musson whose videos satirize art and pop culture. His video tutorial on ‘how to become a successful black artist’ is ‘meant to expose expectations for blackness as well as to underscore the difficulty inherent in any attempt by black artists to metabolize real rage’. It could be argued that Claudia Rankine’s text, to some extent, carries out this very function. I believe that concepts and conflicts that run throughout “Citizen” could be found in this excerpt. When reading the passage, please consider the ‘performance of blackness’ and the processes of ‘dehumanisation’.

Let’s start with Youngman’s ironic suggestion for black artists to ‘cultivate an “angry nigger exterior”. I would suggest taking some time to watch Youngman’s video on Youtube, in which he refers to American pop culture’s spectacularization of the Other; an angry, thuggish, dangerous Other. Essentially, Youngman was suggesting that this is the image of blackness that sells in America, that white people pay to see certain preconceptions and fantasies projected and inscribed onto black bodies. So what do you think this idea of ‘commodified anger’ suggests about the ways in which White America perceives African Americans? Are there other examples throughout the text of prejudices and preconceptions being projected onto ‘blackness’?

But what about the ‘actual anger’ that resides ‘on the bridge between this sellable anger and “the artist”’? Let’s move on to the real rage that bubbles beneath the text. Considering not only this passage but also drawing from other examples throughout “Citizen”, please consider where this anger comes from and what the effects of this rage are. And what does all this suggest about the isolation and dehumanisation that characterizes the victimized African American condition in this text?   


Thursday 10 May 2018

"Can't and Won't" de Lydia Davis




 


colectânea de contos de Lydia Davis "Can't and Won't" apresenta diversos textos de enorme variedade relativamente aos recursos estilísticos e narrativos utilizados. Na próxima aula, dia 14 de Maio, irei ler o conto "A Story of Stolen Salamis", integrante desta obra. Até lá, coloco duas questões que exploram assuntos apresentados no texto e na obra:

1 - No conto, é dada uma determinada importância à diferença entre os termos "sausages" e "salamis". Qual a razão que justifica esta necessidade de diferenciação por parte das personagens?

2 - Ao longo dos textos lidos da mesma obra da autora, é evidente a dimensão dada às palavras nos seus contos. A que outros textos se pode recorrer para evidenciar esta pertinência desenvolvida em torno das palavras nas suas histórias?


Mariana Freire