Wednesday 16 May 2018

Revisão de Pares de Rascunhos de Ensaios Finais

No dia 23 de Maio há uma importante parte presencial da escrita do ensaio final, que consiste na colaboração com os pares para a melhoria da estruturação e redação do ensaio.

Essa atividade terá, conjuntamente com a apreciação do decurso do trabalho a partir do plano já entregue, uma ponderação de sensivelmente 10% da nota final (em que o trabalho vale 25%). Reforço o "sensivelmente" porque a informação será em grande parte quantitativa, embora existam as seguintes guias, de uma escala de 0 a 20, para "traduzir" tal informação:

Plano: 8 pontos
Trazer 2 cópias de pelo menos 3 páginas de ensaio (datilografadas a 2 espaços, Times New Roman 12) para a aula de 23 de Maio: 6 pontos
Feedback ao colegas e discussão de cada ensaio: 3 pontos
Redação de resposta ao feedback (conforme ficha no moodle): 3 pontos

No moodle da disciplina, está uma ficha para a realização do trabalho de revisão de pares. Iremos fazer uma experiência a fingir, na aula de Segunda-feira com um texto que eu traduzi, em parte, de um blogue educativo em inglês, relativo a "Semplica Girl Diaries". Vai em baixo. Se quiserem, podem começar já a praticar nos comentários.


Exemplo para  prática de revisão de pares

Hipótese Geral: a narrativa de primeira pessoa e como esta condiciona a o alinhamento ideológico do leitor (equacionar falta de fidedignidade com relativismo pós-modernista e contemporâneo)

(Escolhas possíveis: “Recitatif” de Toni Morrison, “The Semplica Girl Diaries” de George Saunders e, por contraponto, Citizen, de Claudia Rankine)

Parágrafos sobre “The Semplia Girl Diaries”:

O conto “The Semplica-Girl Diaries” de George Saunders apresenta um narrador homodiegético. Não se trata, porém, da perspetiva de primeira pessoa do contador de histórias que relembra acontecimentos, como em “Recitatif” e Toni Morrison, mas antes de uma narração que se estrutura segundo um estilo de escrita epistolar. Por outras palavras, o autor divide a escrita em entradas, as quais ora fornecem uma noção panorâmica do que se está a passar ora se debruçam mais atentamente sobre um evento específico, que, com o tempo, vai ter impacto na intriga.

Tratando-se de uma história em forma de diário, o leitor tem acesso à mente do protagonista. Acompanhamos a sua atitude em relação aos acontecimentos do seu dia-a-dia.

Pessoalmente, parece-me que esta utilização da voz provoca de início alguma falta de empatia no público, seguida de indignação e depois de uma certa compreensão sobre o conflito interior inerente ao problema da escravatura / comércio de pessoas emigrantes. A resposta de choque do leitor é instigada pelo confronto com a voz rebelde da filha mais nova, Eva. A sua visão é a da infância e da pureza.

Curiosamente, é através de Eva que conseguimos pressentir que a semente de rebeldia e luta pela dignidade se encontra também no seu próprio pai, e o leitor vem a descobrir que a sua construção ideológica através da empatia se constrói também de modo relacional.

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